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A Freguesia de Arrouquelas situa-se a sul do Concelho de Rio Maior e foi criada por decreto de 19 de fevereiro de 1962, “última freguesia a ser criada (à data) no concelho de Rio Maio, (desanexada da freguesia de S. João da Ribeira e) constituída por uma grande aldeia do mesmo nome, cuja área confina, a sul, com o vizinho concelho de Azambuja”.
“Dista 14 quilómetros de Rio Maior, tem igreja e festeja, a dia indeterminado, a Senhora da Encarnação. O total da população da nova freguesia de Arrouquelas é de 774 habitantes, segundo os elementos de 1970” (1).
Localidade antiga, é nomeada no primeiro Cadastro da População do Reino, realizado em 1527, então com uma população reduzida a cinco vizinhos. - cerca de vinte habitantes (2), e em 1708 é assinalada, com a sua ermida, na “Corografia Portuguesa”.
Arrouquelas terá então registado uma evidente expansão demográfica, visto que no século posterior, D. Afonso VI, por Alvará de 23 de Outubro de 1674, atende ao pedido “dos Juizes e mais Officiaes da Irmandade de Nossa Senhora de Rouquellas, sita em o termo da Villa de Santarem”,(3) para que o produto da festa e feira, que todos os anos aí se realizava, a 15 de setembro, pudessem ser utilizados em melhoramentos na igreja, desobrigando a população do pagamento de sisa.
A instituição desta feira franca perdurará, todavia, por pouco mais de seis décadas. Luiz Montez Mattoso, em nota datada de 7 de setembro de 1740, inclusa no seu Anno Noticioso e Historico, refere que em Rio Maior decorre nos dias 14, 15 e 16 uma feira franca, “que há poucos annos se nos concedeu” e que, seria “a mesma, que se fazia no Lugar de Arrouquelas, freguezia de S. Joam da Ribeyra”.(4)
Esta ideia é confirmada pelo Padre Luis Cardoso, no tomo 1 do Diccionario Geografico ou Noticia Historica, publicado sete anos depois, assinalando que fora do lugar de Arrouquellas, composto de setenta e oito fogos, “ha huma Ermida dedicada a Nossa Senhora da Encarnação”, à qual acudiriam alguns romeiros “porém muito menos que nos tempos antigos, em que tambem tinha sua feira” (5) e pelo vigário de S. João Baptista da Ribeira, Carlos José de Moura, que em 1758 escreve nas suas “Memórias Paroquiais” que a “Ermida de Nossa Senhora da Encarnação fica ao pé do lugar de Arrouquelas e é da administração do povo”.
Também Joaquim Veríssimo Serrão, na sua “História de Portugal” fala nessa transferência para Rio Maior cujo “comércio aumentou com a feira franca transferida do lugar de Arrouquelas, a qual teve início de 14 a 16 de Setembro de 1740, ali se fazendo todo o género de mercancia” (6).
Referências:
(1) Decreto Lei n.º 44 192, publicado no Diário da República, 1.ª Série - Número 37, de 19 de fevereiro de 1962.
(2) Feitos da Coroa, Tombos e demarcações, Tombo da Comarca da Estremadura, 1527.
(3) D. Afonso VI, Liv. 36 da Chancelaria, f. 301.
(4) Luiz Montez Mattozo (1701-1750), Anno noticioso e historico: historia annual: (…), Lisboa: Na Officina da laboriosa curiosidade, Anno de 1740, Tomo 1, pp. 416-417.
(5) Luiz Cardoso, Pe. (C.O.?-1762) Diccionario geografico, ou noticia historica de todas as cidades, villas, lugares, e aldeas, rios, ribeiras, e serras dos Reynos de Portugal, e Algarve (…), Lisboa: na Regia Officina Sylviana, e da Academia Real, 1747-1751, Tomo 1, p. 619.
(6) Serrão, Joaquim Veríssimo (1977). História de Portugal. Lisboa: Verbo
Publicado por: Freguesia de Arrouquelas
Última atualização: 22-01-2024